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Além dos Estereótipos e Rótulos: A Riqueza de Superar Crenças Limitantes

  • Foto do escritor: Priscila Z Vendramini Mezzena
    Priscila Z Vendramini Mezzena
  • 3 de out.
  • 3 min de leitura

Nesta semana, recebi um divertido vídeo, gerado por IA*. Nele, uma mulher entrevistava um senhor de aparência nonagenária e perguntava qual era o segredo de sua vida longa. Ele respondeu: “Beber boa cerveja e beber bastante.” Quando ela perguntou sua idade, ele respondeu: “27 anos.” Apesar de ser um conteúdo fictício, esse contraste me fez refletir que talvez o verdadeiro segredo da longevidade seja esquecer a nossa própria data de nascimento. Quantos projetos e sonhos são desperdiçados ao longo da vida devido às barreiras associadas à idade, assim como a tantos outros fatores?


A idade, assim como outros atributos — gênero, cultura, aparência física e perfil geracional — frequentemente evoca estereótipos que moldam nosso julgamento e limitam nossa visão sobre as pessoas. Esses estereótipos acionam crenças limitantes, geralmente construídas culturalmente e absorvidas de forma inconsciente. O risco é duplo: rotular e julgar injustamente os outros e, ao mesmo tempo, restringir nossas próprias possibilidades de crescimento.


Exemplos que Rompem Estereótipos


Considerar uma pessoa madura como “desatualizada” ou “em desaceleração” é desperdiçar experiência e talento. No extremo oposto, julgar um jovem como “imaturo demais” para assumir grandes responsabilidades pode frear a inovação. A vida real oferece inúmeros exemplos que mostram o contrário:


  • Fauja Singh: em 2011 tornou-se o primeiro centenário a completar uma maratona. Sua estreia no esporte foi aos 89 anos.

  • Emma Maria Mazzenga: aos 92 anos, é atualmente a corredora mais velha em atividade no mundo.

  • Henri Nestlé: criou a farinha láctea aos 52 anos, fundando um império global.

  • Nelson Mandela: foi eleito presidente da África do Sul aos 75 anos, liderando um dos maiores processos de reconciliação da história.

  • Malala Yousafzai: recebeu o Prêmio Nobel da Paz aos 17 anos, tornando-se a mais jovem laureada da história.

  • Mark Zuckerberg: fundou o Facebook aos 19 anos.

  • Boyan Slat: fundou a The Ocean Cleanup aos 18 anos, desenvolvendo tecnologia para remover plásticos dos oceanos.


Em outras palavras: talento, criatividade, propósito e resiliência extrapolam qualquer limitação associada à idade.


Gênero e Profissões


Definir profissões de acordo com o gênero também restringe criatividade e inovação. Áreas como engenharia e ciências exatas ainda são predominantemente masculinas, enquanto enfermagem e serviço social continuam fortemente associadas às mulheres. No entanto, qualquer campo do conhecimento deve estar aberto à participação e à contribuição de quem desejar. A complementaridade de visões entre pessoas de diferentes gêneros amplia soluções, fortalece a empatia e impulsiona a inovação.


Cultura e Estereótipos


Da mesma forma, reduzir culturas inteiras a estereótipos é simplificar indevidamente a complexidade humana. Afirmações como “esse povo é desorganizado”, “eles são frios e distantes” ou “só pensam em dinheiro” generalizam características e ignoram contextos históricos, sociais e individuais. Quando uma pessoa é rotulada por atributos culturais e eventualmente excluída, desperdiçam-se capacidades, talentos e dons que poderiam enriquecer relacionamentos e organizações.


O Impacto no Mercado de Trabalho


No ambiente profissional, os estereótipos têm consequências concretas. Por exemplo, estudos recentes mostram que a adoção da Inteligência Artificial pode criar barreiras de entrada para a nova geração, que poderá enfrentar dificuldades para acumular experiência prática. Por outro lado, o preconceito contra profissionais mais experientes, evidenciado pelo etarismo, ainda é uma realidade.


A diversidade de perspectivas e experiências deveria ser prioridade para as áreas de Recursos Humanos. Embora avaliar apenas o histórico de experiências — curto ou vasto — seja um processo aparentemente mais objetivo, considerar também o potencial, a vontade de aprender e a capacidade de desenvolvimento entrega muito mais valor às organizações.


Conclusão


É fundamental rompermos com as amarras dos estereótipos, rótulos e crenças limitantes. Eles não apenas empobrecem nossa visão sobre os outros, mas também criam barreiras invisíveis ao nosso próprio crescimento. Esse é um exercício que precisa ser feito de forma consciente e intencional — um passo estratégico para a construção de relações e organizações mais criativas, enriquecedoras, resilientes e inovadoras.




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Priscila Z Vendramini Mezzena

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