“Vou restringir seu acesso ao ChatGPT.”
- Priscila Z Vendramini Mezzena

- há 4 dias
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Meu marido disse isso em tom de brincadeira enquanto eu, empolgada, compartilhava como tenho usado minha parceria com o ChatGPT para montar meus planos de treino de corrida — entre tantas outras aplicações práticas no meu dia a dia. Depois de liberação médica e de exames para iniciar essa atividade física, venho “conversando” bastante com essa IA para definir metas realistas de performance, alinhadas às minhas condições e ao meu progresso. Em minhas duas corridas recentes, posso afirmar: as metas traçadas foram cumpridas com precisão.
A verdade é que ferramentas como essa democratizaram o acesso ao conhecimento para pessoas leigas em áreas específicas, além de permitirem pesquisas em modo conversacional com profundidade, clareza e didática impressionantes. Na semana passada, assisti, admirada, no PMI São Paulo Summit, à palestra “Ontologia de Dados do PMO e de Projetos”. Nela, o Prof. José Finocchio demonstrou de forma prática como o conhecimento pode ser estruturado em sua camada ontológica no ChatGPT, servindo de base para a montagem de grafos de conhecimento em diferentes áreas. Um universo fascinante de possibilidades a explorar.
Ainda na última semana, durante uma consulta, conversei com meu médico sobre as possibilidades e os impactos da evolução da IA na medicina. Refletimos juntos sobre o ganho significativo em velocidade e precisão de diagnósticos — algo crítico em diversas doenças — e também sobre o fato de que muitos pacientes hoje chegam ao consultório muito mais preparados, munidos de informações e perguntas relevantes. Para os médicos, habilidades humanas como diálogo, acolhimento e orientação clínica tornam-se ainda mais essenciais.
Outro exemplo: minha filha realizou um raio-X carpal para avaliação do crescimento. O laudo do laboratório resumia os achados em duas linhas. Por curiosidade, carreguei a imagem e alguns dados básicos — preservando sua privacidade — no ChatGPT. Em segundos, recebi um relatório completo, explicando cada estrutura óssea e detalhando as bases para projeções de crescimento. Ao compartilhar o resultado com o pediatra, as estimativas anteriores, feitas a partir de um exame prévio, coincidiam exatamente com a análise apresentada pela IA.
Na educação, um amigo professor comentou seu incômodo ao perceber que alguns alunos tentam "trapacear" usando essas ferramentas — o que nos levou à discussão essencial: o papel do professor hoje é educar para o uso correto, responsável e ético da IA. Ignorar sua presença ou seus benefícios no processo de aprendizagem não é uma alternativa. Nos Estados Unidos, por exemplo, já existem escolas em que alunos recebem tutoria personalizada por IA, enquanto os professores atuam como facilitadores, mentores e curadores das discussões.
Ou seja: com a IA, profissões não apenas surgirão e desaparecerão — elas serão profundamente transformadas pelo amplo acesso à informação, novos modelos de interação e a redistribuição do conhecimento. Por isso, é urgente educar as pessoas não só sobre o uso ético e responsável dessas ferramentas, mas também sobre seus benefícios e riscos — sempre com o apoio de profissionais qualificados para interpretar, validar e orientar as decisões em diferentes áreas de especialização.
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