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Ritmo Importa: Como Cadência e Disciplina Sustentam o Progresso

  • Foto do escritor: Priscila Z Vendramini Mezzena
    Priscila Z Vendramini Mezzena
  • 16 de out.
  • 3 min de leitura

Quantas vezes nos sentimos arrastados pela correria do dia a dia e frustrados por não cumprir metas estabelecidas — sejam elas relacionadas a estudos, leituras, atividades físicas ou projetos pessoais que sempre ficam “para depois”? Da mesma forma, na esfera profissional, inúmeras iniciativas despriorizadas e entregas críticas atrasadas são frequentemente resultado do desequilíbrio causado por demandas concorrentes.


Em ambos os casos, definir um ritmo de dedicação é um poderosa ferramenta contra a procrastinação, a Síndrome do Estudante (deixar tudo para o último minuto) e a Lei de Parkinson (fazer o trabalho se estender até o limite do prazo). As organizações e nossa vida precisam de cadência. Estabelecer um pulso é fundamental para cumprir metas, promover sincronia entre as partes envolvidas e fortalecer o compromisso. E, uma vez perdido, retomar o ritmo pode ser ainda mais desafiador - daí a importância da constância e da disciplina.


A natureza é talvez o melhor exemplo de ritmo perfeito. Basta observar os ipês — símbolo da beleza brasileira — que florescem quase simultaneamente em diferentes regiões, como se seguissem um compasso invisível, conectados por uma comunicação silenciosa. Assim como eles, outras espécies a quilômetros de distância perdem as folhas, florescem e frutificam em sincronia. Essas cadências da natureza asseguram equilíbrio e harmonia  — um lembrete de que o tempo certo é essencial para o crescimento.


Essa lógica se repete em inúmeros outros exemplos de nossas vidas. Desde os calendários criados pelas civilizações antigas até a compreensão do relógio biológico, buscamos estruturar o tempo em ciclos. Lembro-me também da primeira infância de minha filha em uma escola Waldorf: o ritmo diário e as festas sazonais — como a Páscoa, Festa da Lanterna e o Advento — traziam segurança e previsibilidade às crianças. Da mesma forma, na música, o ritmo permite harmonizar diferentes instrumentos —  e, nas equipes, é o que alinha os esforços individuais em direção a um propósito comum.


Rotinas bem estruturadas proporcionam diversos benefícios: criam estabilidade, reduzem a ansiedade e contribuem para a previsibilidade. O ritmo também está diretamente ligado à construção de comprometimento, foco e consistência, pilares para qualquer jornada de crescimento. 


Em organizações, o conceito de ritmo pode se manifestar de diversas formas. No gerenciamento de projetos, por exemplo, o Scrum — talvez o framework ágil mais popular entre os praticantes — organiza o trabalho em cadências fixas, as Sprints, geralmente de duas a quatro semanas. Cada iteração estabelece um ritmo de entrega, aprendizado e adaptação. Mais do que produtividade, essa cadência sustenta a previsibilidade e a saúde do time ao longo do tempo.A existência de rituais específicos — como Reuniões Diárias, Demos e Retrospectivas — reforça ainda mais o alinhamento e o aprendizado contínuo.


Já a Teoria das Restrições, proposta por Eliyahu Goldratt, traz outra perspectiva. O ritmo de um sistema é definido pelo seu gargalo — o recurso mais lento. No livro "A Meta", um grupo de escoteiros só consegue avançar na velocidade do integrante mais devagar. O “tambor” que marca o compasso simboliza essa limitação: o progresso coletivo depende da capacidade de sincronizar esforços.


Definir o nosso próprio ritmo— e o das equipes com as quais trabalhamos — é uma das chaves do sucesso sustentável. Em um mundo que celebra a velocidade, a verdadeira vantagem talvez esteja em encontrar e manter o ritmo certo, aquele que equilibra entrega e aprendizado, produtividade e bem-estar.



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Priscila Z Vendramini Mezzena

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