top of page

O Poder da Linguagem Corporal: Quão Eficaz é a Sua Comunicação?

  • Foto do escritor: Priscila Z Vendramini Mezzena
    Priscila Z Vendramini Mezzena
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura

A comunicação está no centro das relações humanas. Não se limita à forma codificada das palavras faladas ou escritas — também se expressa nas sutilezas da linguagem corporal. No ambiente corporativo, as face-to-face meetings ainda são consideradas a forma mais eficaz de comunicação, pois reduzem ruídos e permitem captar nuances que vão além do discurso verbal.


Embora seja possível construir times fortes por meio de relações virtuais, o contato presencial oferece inúmeros benefícios relacionados ao aumento da performance, como o fortalecimento de vínculos e o estímulo à empatia. A percepção integral do indivíduo contribui para personalizar e aprofundar as relações humanas. Em A Linguagem Secreta do Carisma, Vanessa Van Edwards destaca que pesquisas apontam que os sinais não verbais representam entre 65% e 90% de nossa comunicação.


No gerenciamento de projetos, habilidades de comunicação figuram no topo da lista das chamadas power skills — um dos três pilares do conhecido Triângulo de Talentos do Project Management Institute, junto com Ways of Working e Business Acumen. No PMI Pulse of the Profession 2023, “Comunicação” aparece entre as quatro habilidades mais valorizadas.


Assim, comunicar vai além de falar ou escrever com clareza: a linguagem corporal transmite confiança, competência e credibilidade — características indispensáveis para engajar e inspirar. Expressões faciais, por exemplo, são altamente reveladoras — e muitas vezes, a única parte visível em interações virtuais. Elas podem sinalizar sentimentos como tranquilidade, medo, raiva ou autoconfiança. Braços cruzados ao redor do corpo podem sugerir desconforto ou defesa. O descompasso entre linguagem verbal e corporal pode revelar emoções ocultas, enquanto a sinergia entre esses dois canais contribui para a transmissão precisa e autêntica de mensagens.


Tive a oportunidade de assistir, no ano passado, à palestra de Vanessa Van Edwards no PMI Global Summit: Charismatic Communication. Ela ressaltou que grandes líderes são, acima de tudo, carismáticos — e compartilham duas características: equilíbrio entre calor humano (warmth) e competência (competence). Segundo Vanessa, 82% da nossa impressão sobre alguém é formada por pistas físicas e vocais.


Seu livro mencionado acima, A Linguagem Secreta do Carisma, é uma fonte instigante para refletirmos sobre como codificamos e decodificamos sinais. A autora classifica esses sinais em quatro canais: não verbais, vocais, verbais e visuais. Ela também explica como nossas emoções são contagiosas. Vanessa discorre amplamente sobre a linguagem corporal (como o posicionamento de braços e pernas) e facial (como sorriso e olhar), o uso do espaço e a postura corporal. Um dado curioso apresentado por Vanessa é que as mãos comunicam mais do que o rosto: alguns gestos transmitem até 400% mais informações.


Por isso, ser capaz de autoavaliar os sinais que emitimos é um exercício valioso. Essa prática pode melhorar a forma como nos apresentamos — e, curiosamente, também pode influenciar nosso próprio comportamento. Amy Cuddy explora esse fenômeno em seu TED Talk Your Body Language May Shape Who You Are. De acordo com sua pesquisa, apenas dois minutos em posturas de poder elevam os níveis de testosterona (hormônio associado à dominância) e reduzem o cortisol (hormônio do estresse), impactando positivamente a forma como nos sentimos e agimos.


Essa apresentação me fez lembrar de um episódio de Ted Lasso (temporada 2, episódio 5), quando Rebecca (interpretada pela fantástica Hannah Waddingham) ensina como parecer mais confiante. Já naturalmente imponente, ela se torna ainda mais marcante ao treinar sua linguagem corporal — e a transformação é poderosa. Gosto tanto dessa cena que deixo uma imagem dela em pose de poder ao lado do meu computador, como lembrete diário de expansão e autoconfiança.


fonte: Ted Lasso (Apple TV)
fonte: Ted Lasso (Apple TV)

Atualmente, ferramentas de inteligência artificial já permitem decodificar e analisar sentimentos a partir de interações escritas, faladas ou visuais. No entanto, seu uso é polêmico — especialmente em contextos como entrevistas, onde pode reforçar vieses. Por isso, essas tecnologias devem ser aplicadas de forma ética, transparente e com o devido consentimento. Enquanto isso, nós, como seres humanos, temos a capacidade única de contextualizar comportamentos e perceber nuances além de uma única interação.


Desenvolver a habilidade de interpretar e utilizar conscientemente a linguagem corporal é uma ferramenta poderosa. Ela nos ajuda a alinhar nossa intenção à nossa presença, ampliar o impacto da comunicação — e, como demonstrado nas pesquisas de Amy Cuddy, até transformar a forma como nos sentimos e nos comportamos.



Comments


Priscila Z Vendramini Mezzena

©2024 por Priscila Z Vendramini Mezzena. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page