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Quando um Balde de Água Fria Atinge Seus Planos — Gerenciando o Impacto de Mudanças Inesperadas

  • Foto do escritor: Priscila Z Vendramini Mezzena
    Priscila Z Vendramini Mezzena
  • 13 de ago.
  • 3 min de leitura

Você já se encontrou em uma situação na qual — individualmente ou com sua equipe — se comprometeu totalmente, investiu esforço e se preparou com dedicação para enfrentar um grande desafio, e, de repente, além do seu controle, surgiu um revés que o impediu de atingir seus objetivos? Recentemente, vivi uma situação pessoal que me levou a refletir sobre esses momentos, muitas vezes carregados de emoções intensas.


Procuro levar uma vida equilibrada, na medida do possível, considerando as muitas responsabilidades que preciso gerenciar. Nesse contexto, busco inserir atividades esportivas na rotina e, mais recentemente, decidi correr com mais frequência. Encontrei, em uma corrida organizada na minha cidade que acontecerá neste sábado, a oportunidade de encarar um desafio e estabelecer novas metas nessa modalidade. Se, no início, minhas corridas eram “time-boxed” (precisamente 30 minutos, no estilo ágil), com o objetivo de completar 5 km, passei a focar em concluir o percurso no melhor tempo possível.


Na semana passada, já visualizava a prova, confiante de que poderia ter um bom desempenho dentro das expectativas traçadas. No entanto, na última segunda-feira, ao realizar um movimento simples, senti uma dor aguda e intensa nas costas. A princípio, achei que fosse apenas um mau jeito, mas, poucas horas depois, estava com dificuldade para caminhar devido a uma inflamação na região muscular sacral — possivelmente resultado da falta de fortalecimento e alongamento adequados.


Imediatamente me vi impossibilitada — e frustrada — de seguir com meus planos. A recomendação médica, além da medicação, foi de pelo menos cinco dias sem atividades físicas. O plano que vinha executando de forma consistente precisou ser abandonado — pelo menos para esta corrida.


Temos inúmeros exemplos, na vida pessoal e profissional, em que nos comprometemos, traçamos planos e, por circunstâncias imprevistas, precisamos cancelá-los. Nos negócios, lembro-me de projetos que tivemos de interromper por diversas razões — como integrações para as quais dedicamos recursos e esforços, mas que foram descontinuadas devido a mudanças estratégicas de parceiros externos.


A primeira reação costuma ser de frustração e desânimo — e, em alguns casos, até de culpa. Nesse contexto, vale lembrar o conhecido “Círculo de Preocupação/Círculo de Influência” apresentado por Stephen Covey no clássico Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes. Nele, o autor distingue as situações sobre as quais não temos controle (preocupação) daquelas em que podemos exercer influência. Pessoas proativas concentram seus esforços no que podem mudar, assumindo a responsabilidade por seu comportamento e deixando de lado o que está além de seu alcance.



No meu caso, apesar da decepção e da dor, aceitei que, por ora, o que posso fazer é focar na recuperação. Também procurei extrair aprendizados: dedicar mais tempo ao fortalecimento físico, manter a disciplina nos treinos e buscar novos desafios no futuro. Em situações profissionais, a lógica é semelhante: refletir sobre os avanços conquistados e avaliar se algo pode ser aproveitado em outros contextos.


No livro Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso, Carol S. Dweck descreve o mindset de crescimento e o mindset fixo. Quem adota o mindset fixo acredita que suas qualidades são imutáveis; quem desenvolve o mindset de crescimento entende que pode evoluir por meio do esforço e com foco no aprendizado. Essa mentalidade muda a forma como reagimos a contratempos e situações adversas.


No entanto, adotar uma postura de aprendizado não deve ser confundido com positividade tóxica. Lembro-me da cena do filme Titanic em que, enquanto o navio afundava, a banda continuava tocando — um retrato de negação da realidade. Ter uma perspectiva positiva diante de desafios é essencial, mas há momentos em que é necessário reconhecer e viver emoções difíceis. Ontem, em meio a uma dor intensa, tudo que eu queria era encontrar uma posição confortável e um remédio que aliviasse o desconforto. É humano sentir tristeza, frustração ou raiva. Ignorar essas emoções pode aumentar a culpa e a vergonha.


Este artigo da Verywell Mind ressalta que é fundamental aprender a lidar com emoções negativas, em vez de negá-las, dando tempo para processá-las. Com a influência das redes sociais, às vezes somos levados a acreditar que a vida de todos é perfeita e que apenas nós temos o “privilégio” de enfrentar situações difíceis e reveses.


Planos frustrados — seja uma corrida de rua ou um grande projeto corporativo — nos lembram que nem tudo está sob nosso controle. A diferença está na forma como reagimos: reconhecer as emoções legítimas, processá-las, extrair aprendizados e, quando possível, redirecionar esforços. Equilibrar otimismo com realismo e resiliência com autocompaixão nos torna mais preparados para enfrentar os desafios e mudanças que virão.



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Priscila Z Vendramini Mezzena

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